CPIs, cassações, dinheiro na mala
e na cueca, lei da ficha limpa aprovada com ressalvas. Muitas vezes, no Brasil,
o cidadão tem a impressão de que é tratado como idiota por seus políticos. Mas
você sabia que a palavra “idiota” vem do grego e significa “aquele que só vive
a vida privada, que recusa a política, que diz não à política”? Principalmente
neste ano eleitoral, ao escolhermos os políticos que irão nos governar nos
próximos quatro anos, é hora de não sermos idiotas no sentido originário da
palavra. Assim, mais à frente, não teremos a sensação de sermos tratados como
idiotas – agora no sentido mais comum da expressão. Para desenvolver a discussão
sobre política com a população, a Papirus 7 Mares lança o livro Política:
Para não ser idiota.
De acordo com ele, é importante
que as pessoas sejam atuantes, que discutam sobre o que acontece na política,
caso contrário não terão espaço de ação, politicamente falando. “Eu acho que se
trata da autonomia que as pessoas têm. Ou você tem autonomia ou será gerido por
algo que você não controla, mas que vai cuidar da sua vida”, explica o autor.
Parte da coleção Papirus Debates,
o livro é apresentado ao leitor em forma de bate-papo entre os autores. São, ao
todo, 12 capítulos que tratam de assuntos como atos políticos, corrupção e
transparência na política, cidadania, confronto e consenso, quem deve ser o
dono do poder, encargo e patrimônio, entre outros.
Na obra, política não se
relaciona apenas com eleições ou poder. Trata-se também de questões de
convivência. “Política não é partido (político). Partido é uma das formas de
fazer política. Faz-se política na família, na igreja, no trabalho, na escola e
também na gestão pública. Desse ponto de vista, é preciso se interessar por
política para não cair numa postura individualista, tolamente exclusiva”,
pontua Mario Sergio Cortella.
Outro ponto de destaque do livro
é a discussão da “obrigatoriedade” da política no Brasil (as pessoas são
obrigadas a votar, as redes de televisão e as emissoras de rádio são obrigadas
a transmitir a propaganda eleitoral etc.). O que leva à discussão sobre a
missão da política e da democracia. “Eu e o Mario Sergio Cortella temos pontos
divergentes quando o assunto é a política ter completado a sua missão. Será que
a democracia completou seu ciclo ou ainda há mais a se democratizar?”,
questiona Ribeiro.
Cortella, por sua vez, enfatiza o
capítulo no qual ele e Ribeiro debatem a política como tema de sala de aula.
“[O tema] precisa ser tratado em sala de aula. Há pessoas na escola que caem na
armadilha de dizer ‘nesta sala de aula não se fala de política, só de
cidadania’, e isso é estranho, porque na prática é a mesma coisa, o que muda é
o idioma de origem (política vem do
grego, cidadania do latim). A
política não pode se ausentar do conteúdo da sala de aula”, sinaliza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário