quarta-feira, 11 de setembro de 2019

ANJO OU DEMÔNIO? A ESCOLHA É SUA!


Cortella e Monja Coen trazem, em novo livro, a filosofia e a espiritualidade para uma conversa sobre vícios e virtudes

Como podemos transformar vícios em virtudes? De que adianta ser bom num mundo tão corrupto e injusto? Como somos quando ninguém está nos vendo? Todo ser humano tem salvação? O filósofo Mario Sergio Cortella e a Monja Coen, fundadora da Comunidade Zen-budista do Brasil, debatem essas e outras questões no novo livro da Papirus 7 Mares — Nem anjos nem demônios: A humana escolha entre virtudes e vícios (208 pp., R$ 38,90).

Não há dúvidas de que somos seres capazes de virtudes e de vícios. “Somos angelicais e demoníacos”, provoca Cortella. Para ele, a virtude “não é o que já nasce pronto em nós; ela é uma possibilidade a ser desenvolvida, tal como o vício”. Monja Coen acredita que “se, por exemplo, começarmos a imitar alguém que fala gentilmente, vamos nos transformando, até chegar o momento em que aquilo deixa de ser uma cópia e se torna o que somos”.

Os autores falam também sobre a importância de praticar a virtude, independentemente de qualquer situação. “Eu acho que o que caracteriza uma virtude no sentido de positividade é exercê-la como crença, e não como circunstância”, explica Cortella. Monja Coen cita Gandhi: “Somos a transformação que queremos no mundo”.

Nem anjos nem demônios: A humana escolha entre virtudes e vícios nos leva a refletir sobre o outro como nosso semelhante, a intolerância cada vez mais presente em nosso cotidiano e a falta de compaixão. Monja Coen lembra que “devemos fazer o bem a partir da identificação, da empatia com o outro, do coração como cerne do nosso eu verdadeiro. Ações devem ser realizadas através da pura compaixão. E a compaixão só surge se houver sabedoria. A sabedoria é o portal da virtude, é o portal de uma vida ética”.

Diante de nossas escolhas, estamos no caminho certo?


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“Acho que a virtude é exatamente aquilo que permite que a gente se eleve não no campo da soberba, mas que realize a nossa humanidade no ponto máximo, ou seja, não desperdice vida.” (Cortella)

“Nem bom nem ruim, acho que o ser humano nasce com determinadas características, que podem ser alteradas por meio da educação, do convívio e de práticas que o transformam.” (Monja Coen)

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