terça-feira, 22 de agosto de 2017

22 de agosto: DIA DO EDUCADOR ESPECIAL...

"Qual o lugar da educação escolar na vida de uma pessoa? A tentativa de responder a essa questão impele à identificação de possibilidades/impossibilidades materializadas nas condições de vida de cada sujeito.

E se a pergunta fosse... Que lugar a educação escolar deveria ter na vida de uma pessoa? Temos aí um foco diferente: uma pergunta com respostas que abrem múltiplas perspectivas.

Eu, educador, posso contribuir para a atribuição, na vida de alguém, de um lugar especial à educação escolar?

A universalização da escola básica nos trouxe a possibilidade de conhecer a riqueza e a diversidade da população brasileira, assim como as adversidades a que tal população está submetida. Surpresos, nós, educadores, parecíamos desconhecer a multiplicidade de características dos nossos alunos, das pessoas que constituem nossa sociedade. Intrigantemente, essas pessoas sempre compuseram a população de nosso país, mas à escola pareciam invisíveis ou mesmo inexistentes.

Seja por pressão de diferentes grupos sociais, seja por necessidade de demonstração de eficiência diante de agências multilaterais, por compromissos ou acordos internacionais, segmentos populacionais passaram a ser foco de atenção e preocupação de políticas e ações das administrações federal, estaduais ou municipais e de práticas escolares. Por isso, o que antes nos parecia invisível hoje arrebatadamente se faz presente, muitas vezes com uma força descomunal, e nos cobra uma ação.

Atentas a esse contexto, as autoras desta obra apresentam, com olhar sensível e minucioso, uma contribuição ímpar para o educador preocupado com a construção de uma educação escolar que marque seu lugar na vida de seus alunos: uma marca fundamental e consequente, um ato intencional, responsável e libertador. Busca-se uma educação que instrumentalize seus alunos a entender e analisar as intrigantes relações que os envolvem, que os instrumentalize a romper amarras da invisibilidade histórica, por meio do domínio e da socialização do conhecimento acumulado na história da humanidade.

Há muitos desafios nessa empreitada. Inúmeros trabalhos acadêmicos há anos denunciam os limites da escolaridade imposta à nossa população. Diante da “naturalização” das repetências, das exclusões e das invisibilidades, há a possibilidade de indignação e de enfrentamento ao hegemonicamente natural. Há a possibilidade da construção de uma escola que não trate como mera diferença o que é efeito de desigualdades, como bem explicam as autoras desta obra.

Convido, então, o leitor a compartilhar esse caminho, na companhia das autoras que nos fornecem instrumentos preciosos para essa instigante e bela construção."


Mônica de Carvalho Magalhães Kassar (Prefácio do livro)

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