quarta-feira, 26 de julho de 2017

A arte de liderar

Eugenio Mussak e Mario Sergio Cortella mostram que a liderança pode ser conquistada em lançamento da Papirus 7 Mares


Nas entrevistas de emprego e nos currículos a presença de uma virtude é considerada fundamental para quase todos os profissionais: a liderança. O que pouca gente sabe é que essa é uma qualidade que pode ser desenvolvida, não é necessariamente uma característica exclusiva de algumas pessoas ou ainda uma herança genética. Adolph Hitler e Napoleão Bonaparte, por exemplo, seriam líderes natos, desenvolveram a capacidade de liderança ou eram apenas comandantes sedentos de poder? As respostas para essas perguntas estão em Liderança em foco, lançamento da Papirus 7 Mares, que tem como autores Eugenio Mussak, colunista das revistas Você S/A e Vida Simples e especialista em educação corporativa, e o filósofo Mario Sergio Cortella.

Quem precisa tomar posições de liderança - empresários, professores, estudantes - e quem tem interesse no assunto encontrará uma obra recheada de informações que podem auxiliar na conquista de seus objetivos. No livro, os autores tratam o tema de maneiras diferentes - mas complementares. Mussak, por exemplo, pensa a liderança em quatro dimensões. "Primeiro ela é uma escolha, ao escolher liderar assume-se responsabilidade. Segundo é, acima de tudo, uma relação humana, porque quem lidera, lidera pessoas, e não coisas, ativos ou processos. Terceiro é técnica: existem alguns procedimentos, condutas bastante definidas e previsíveis, além da questão mais estratégica da liderança e do alcance de resultados. Por fim, liderança pode ser considerada uma arte. Você percebe que atingiu o estado da arte quando começa a criar estilo pessoal, e a partir daí consegue de pessoas comuns resultados espetaculares, memoráveis", explica. Já Cortella vê a liderança como "compromisso ético, eficácia focal, capacitação, técnica, inspiração coletiva e resultados socialmente relevantes". Os autores expõem no livro que liderar não é o mesmo que chefiar, que não existe um líder nato, mas sim pessoas que nascem com características inatas de liderança. Também afirmam que todos podem aprender a ser líder. "As pessoas que exercem com maior consistência as habilidades e aproveitam as circunstâncias acabam parecendo 'líderes natos'. No entanto, podemos dizer que como ponto de partida todos nascemos com condição de fazê-lo, desde que seja posto em ação aquilo que é originalmente possibilidade", diz Mario Sergio Cortella.

Para ensinar as bases sobre a liderança, os debatedores utilizam diversos conceitos aprendidos durante anos de trabalho. Eles usam inclusive a mitologia grega para exemplificar os tipos de liderança. "A mitologia e a filosofia greco-romanas são referências contínuas das nossas práticas, trazendo um aporte clássico e, ao mesmo tempo, contornos estéticos apoiados na história e sua arqueologia", aponta Cortella. Mussak e Cortella também discutem, ao longo da obra, autonomia e automotivação, momentos em que se é líder ou não, persistência e outros conceitos ligados à liderança. Por fim, os autores afirmam que não há um passo a passo formal para aprender a liderar, mas dão dicas valiosas:


A liderança depende de duas fontes. Ela pode ser característica pessoal do indivíduo (tem gente com mais tendência a liderar, mais apreço pelo exercício da liderança). Evidentemente quem gosta de liderar nasceu com isso. Mas qualquer um pode aprender a ser líder, alguns mais rapidamente que outros porque têm mais tendências a isso. Mesmo quem já tem essa tendência precisa aprender a liderar, pois isso significa uma força que a pessoa tem, mas que, se ela não souber usá-la, pode provocar estragos. Depende da leitura, depende de outros. (Eugenio Mussak)


Liderança é, antes de mais nada, a capacidade de inspirar, motivar e animar pessoas e, nelas, as ideias. Por isso, quem deseje conquistar a liderança precisa primeiramente lembrar que só é um bom ensinante quem for um bom aprendente. Depois: prestar atenção, ser permeável ao que não domina, ouvir muito e refletir mais ainda, ter audácia e arriscar-se de forma planejada (mas arriscar-se!), colocar-se em situações novas para vivenciar alternativas de práticas, procurar o valor da ação coletiva, acolher a diversidade e, claro, estudar livros como esse, que tratem do tema. (Mario Sergio Cortella)



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