Livro
discute as grandes mudanças que a revolução digital vem
provocando
na instituição cinematográfica
A história do cinema sempre foi pontuada por momentos de
questionamento da identidade do meio de comunicação cinematográfico. A crise
gerada pelo advento do digital não é a primeira mudança radical sobrevindo o
reino da sétima arte, que começa na passagem do cinema mudo para o cinema
sonoro e que passa pelo advento da cor, pela implantação da televisão etc. Para
contribuir com as discussões em torno da série de mutações tecnológicas que o
cinema tem sofrido ao longo do tempo, a Papirus lança a tradução brasileira de
um importante livro de André Gaudreault e Philippe Marion: O fim
do cinema? Uma mídia em crise na era digital (208 pp., R$
68,90).
“Nesta era de hibridização dos meios, o cinema como meio de
comunicação é, de fato, chamado a compartilhar as mesmas telas e a se alimentar
nas mesmas plataformas que outros meios de comunicação que, há pouco tempo,
eram-lhe estranhos (a televisão, por exemplo), ou simplesmente não existiam
(internet, por exemplo)”, explicam os autores.
Esta problemática é posta em evidência para salientar o
fato de que o “nosso universo midiático atravessa, há vários anos, uma zona de
turbulência de amplitude inédita” e que “seja no momento da passagem para o
cinema falado, seja no momento da introdução dos formatos largos, cada
tecnologia nova alterou, à sua maneira, de forma progressiva e durável, as
práticas de produção e difusão das obras [fílmicas], assim como sua recepção
pelos espectadores”, como continuam eles.
Submerso pela onda digital, que embaralha radicalmente as
fronteiras entre os meios de comunicação – salas de cinema, televisão, HQ,
internet, celular etc. –, será que o cinema estaria morrendo? O calor do
fotoquímico da película deu lugar à frieza do pixel digital e outras formas de
espetáculos começaram a invadir, por meio de transmissões via satélite, as
salas dedicadas à sétima arte. No entanto, a produção e a recepção cinematográficas
continuam por toda parte: inscrevem-se em novos suportes e adaptam-se a novas
telas.
Nesse livro, Gaudreault e Marion interrogam os sobressaltos identitários que o cinema atravessa hoje e propõem chaves para entender o impacto do digital sobre o universo atual dos meios de comunicação.
Nesse livro, Gaudreault e Marion interrogam os sobressaltos identitários que o cinema atravessa hoje e propõem chaves para entender o impacto do digital sobre o universo atual dos meios de comunicação.
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