terça-feira, 19 de abril de 2016

DESAFIOS DA APRENDIZAGEM

Lino de Macedo e Rodrigo Bressan discutem em livro como as neurociências podem ajudar no processo de aprendizagem



O que é aprender? Como a aprendizagem acontece? E os transtornos mentais? Qual é o papel da escola nesses casos? Desafios da aprendizagem: Como as neurociências podem ajudar pais e professores (Papirus 7 Mares, 128 pp., R$ 38,50) discute essas e outras questões e procura mostrar de que modo os estudos em neurociências podem lançar luz sobre vários aspectos do desenvolvimento de crianças e adolescentes na escola.

“O problema da escola de hoje, inclusiva ou para todos, é o de possibilitar que todas as crianças e jovens, no limite de suas possibilidades, aprendam, o que implica considerar suas condições orgânicas, sociais, cognitivas, emocionais e físicas”, explica Lino de Macedo. “Por comparação”, continua ele, “se o problema da escola de ontem era o de ensinar, o da atual é o do aprender em seu duplo sentido: cognitivo (aprender conceitos e operações) e socioemocional (aprender a conviver em um contexto institucional com regras e limites comportamentais)”.

Como observa Rodrigo Bressan, este é o grande desafio da escola: ela precisa saber lidar com todos os perfis de indivíduos, ajudar no bom desenvolvimento dos alunos que têm um funcionamento dentro da normalidade, ou da média, mas também amparar aqueles que são ligeiramente desviantes ou que possuem um comprometimento maior.

 “Há crianças que aprendem a falar e a dominar a linguagem escrita mais tardiamente que outras, por exemplo, e é fundamental entender e acolher essa diversidade dentro da escola. Isso é um grande desafio, pois a escola é naturalmente uma instituição normatizadora, que busca trazer todos os alunos para um padrão”, explica Bressan.

Nesse contexto, buscar informação é fundamental para saber diferenciar, por exemplo, os casos de transtorno mental, que são normalmente vistos como graves. Imagina-se que os tratamentos não funcionem e que o uso de medicamentos seja sempre necessário. Para os autores, é preciso ensinar e mostrar que os transtornos mentais são comuns, tratáveis e que apenas uma pequena minoria representa situações mais difíceis.

As pesquisas apontam o quanto o preconceito atrapalha a prevenção e o tratamento. O conhecimento leva à diminuição de estigmas, que é um dos objetivos desse livro.

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