segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

LUTO NA LITERATURA...

Faleceu, neste domingo (27 de fevereiro), em decorrência de um AVC, o escritor Moacyr Scliar.
Com mais de 70 livros publicados, o primeiro foi Histórias de um médico em formação, em 1962, mesmo ano em que concluiu a faculdade de medicina na UFRGS. Em quase 50 anos de carreira literária, escreveu romances, livros de crônicas, contos, literatura infantil, ensaios e debates. Pela Papirus, em parceria com Ana Maria Machado: Amor em texto, amor em contexto.

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“Temos como objetivo trazer uma conversa de dois romancistas brasileiros contemporâneos sobre questões ligadas à relação entre literatura, cultura e amor", explica Ana Maria Machado. Ao longo do livro, percebe-se a importância que a literatura tem quando se tenta explicar ou conceituar o amor. "O texto desempenha um papel importante que é o da educação sentimental. Muitos adolescentes foram aos livros em busca do autoentendimento, em busca de apoio para a ansiedade, da qual, muitas vezes, estavam tomados e até em busca de material imaginativo. Hoje não é mais assim porque o erotismo, a exibição erótica conta com filmes etc., mas houve uma época em que o livro era o único companheiro e refúgio", afirma Moacyr Scliar em um trecho da obra. No debate, os autores falam sobre a diferença entre o amor e a paixão e comparam os amores de ontem e hoje. Tudo isso atrelado aos textos literários, desde os antigos contos de fadas até os clássicos românticos como Romeu e Julieta.
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Scliar se tornou um dos mais reconhecidos autores brasileiros contemporâneos, com uma cadeira na Academia Brasileira de Letras desde 2003 e três Jabutis (1988, 1993 e 2009) entre prêmios recebidos, e também no exterior, com obras publicadas em 20 países e honrarias como o Casa de Las Americas (1989). Dedicou também atenção especial às obras infanto-juvenis. Costumava dizer que escrevendo para os jovens reencontrava o jovem leitor que havia sido. Boa parte de sua produção nessa área foi considerada "altamente recomendável" pela Fundação Biblioteca Nacional.
Além de produzir textos para vários jornais e revistas, o autor também teve trabalhos adaptados para o cinema. Como é o caso do romance Um sonho no caroço do abacate, adaptado em 1998 sob o título Caminho dos sonhos e, em 2002, o romance Sonhos tropicais também virou filme.

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